Carlos Eduardo Rocha fundou a Ecodecor em 2011 e hoje tem mais de 130 unidades em funcionamento no Brasil, Argentina, Bolívia, Estados Unidos e França
Foi enquanto prestava serviço como empreiteiro para um condomínio localizado na capital paulista, que Carlos Eduardo Rocha, 45 anos, descobriu um produto à base de algodão e seda. A partir disso, ele teve a ideia de empreender com um papel de parede líquido, reutilizável e ecológico, usando as mesmas matérias-primas que haviam lhe despertado curiosidade. Dessa forma, em 2011, ele fundou a Ecodecor, uma franquia que hoje reúne mais de 130 unidades pelo Brasil, Argentina, Bolívia, Estados Unidos e França. O faturamento em 2023 foi de R$ 90 milhões.
Rocha conta que começou a pesquisar sobre a matéria-prima assim que a conheceu, em 2010. A fábrica ficava na Rússia. “Eu os contatei, eles me enviaram uma amostra e comecei a testar nas obras”, diz. Assim, o empreendedor resolveu trazer a ideia para o Brasil. “O produto que trouxemos é o papel de parede líquido original, ecológico, reutilizável, que não propaga chamas, é isolante termoacústico, antiestático e inodoro”, descreve.
No início, ele tentou vender os itens para lojas de tintas e pintores. No entanto, a tentativa de emplacar o negócio não saiu como o esperado. “Eles estavam com uma certa resistência, as lojas sequer queriam fazer estoque. Meu primeiro projeto foi um fracasso, eu perdi tudo”, afirma.
Nessa época, o empreendedor ainda se dividia entre a construção da Ecodecor e seu trabalho na empreiteira. Ele percebeu que poderia se sair melhor nas vendas se focasse no atendimento direto ao consumidor final, ou seja, aos donos de residências que estavam passando por alguma obra ou reforma. Após alguns meses de testes no mercado, com vendas diretas e pontuais, Rocha abriu a primeira loja na cidade de São Paulo em 2011.
No início, a Ecodecor foi formatada para comercializar apenas um produto, os papéis de parede feitos à base de seda, algodão e celulose, mais conhecidos internamente como Ecopaper. Mas, atualmente, o empreendimento também oferece outros itens, como tijolos feitos de argila e demais itens para construção. A base dos produtos é produzida em uma fábrica na Letônia, mas os itens são finalizados no Brasil, com pigmentos e brilhos nacionais.
“Com o passar do tempo, eu percebi que o nosso público é realmente o consumidor direto e profissionais de arquitetura e design, não necessariamente uma loja de tinta. Foi o que fez o negócio deslanchar e o que me motivou a entrar para o sistema de franquia”, diz. A primeira unidade franqueada abriu as portas em 2013.
“Hoje temos 130 lojas. Quatro nos Estados Unidos e uma na Argentina, uma na Bolívia e uma na França. O restante fica no Brasil, principalmente nos estados do Paraná, Mato Grosso e São Paulo”, conta. O investimento inicial para ser um franqueado da Ecodecor é a partir de R$ 120 mil. O empreendedor conta que planeja abrir 30 novas unidades até 2025.
“Hoje, o meu maior público-alvo de consumidores são mulheres, principalmente arquitetas e profissionais de design de interiores. E também são as mulheres que mais estão à frente das franquias da Ecodecor”, encerra.